Brasil estipulou redução de 50% nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030, enquanto aguarda regulamentação de um mercado de até US$ 100 bilhões.
Redução nas emissões de carbono é um tema de relevância mundial desde o Acordo de Paris, e mais recentemente, a COP26 colocou em destaque o tema da regularização do Mercado de Carbono. Entretanto, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), na última segunda-feira (02/05), apontam que 45% das empresas entrevistadas possuem pouco ou nenhum conhecimento sobre o conceito Pegada de Carbono – primeiro passo para estipular metas e reduzir emissões.
O Brasil estipulou – em novembro de 2021 – uma redução de 50% nas emissões de GEE a ser alcançada até 2030, além de ser um dos países mais promissores no Mercado de Carbono, com potencial de US$ 100 bilhões até o mesmo ano. Porém, o desconhecimento das empresas acerca do tema acende um alerta.
Em tramitação no Congresso Nacional, o Projeto de Lei 528/2021 propõe regulamentar esse mercado, com a criação do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE) – previsto na Lei Federal (12.187/09), que instituiu a Política Nacional de Mudança do Clima. “A regulamentação pode colocar o assunto em maior evidência e incentivar todas as organizações, independentemente do setor ou porte, a se familiarizarem com o tema, calcular sua Pegada de Carbono e traçar metas para reduzir, quando possível, a emissão de GEE”, explica Alessandra Gaspar Costa, diretora executiva da APCER Brasil, empresa de certificação de origem portuguesa e líder de certificação em Portugal.
O PL prevê a criação do Sistema Nacional de Registro de Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa – SNRI-GEE, órgão que será responsável por registrar e analisar a credibilidade dos projetos de redução, inclusive para as transações nacionais e internacionais de créditos de carbono do país.
Uma tonelada de GEE não lançada a atmosfera equivale a um crédito de carbono, “moeda” que poderá ser negociada com governos, empresas e/ou pessoas físicas, que possuem metas obrigatórias de reduções (leis ou tratados internacionais, como o Acordo de Paris) e não conseguem fazer a redução.
Cálculo da Pegada de Carbono
Para as organizações que desejam contribuir com a meta estipulada e entrar nesse mercado bilionário, é necessário calcular sua Pegada de Carbono, uma metodologia que nasceu para medir a emissão de gases de GEE de um indivíduo, evento, organização ou produto.
“Ter conhecimento das emissões de GEE e calculá-las passa a ser indispensável para que a sua redução aconteça, desacelerando o aquecimento global e melhorando a vida no planeta”, pontua Alessandra Gaspar Costa. “Para o cálculo da pegada de carbono, a APCER utiliza as medidas internacionais ISO 14064 e Greenhouse Gas Protocol, criando assim uma base para estabelecer estratégias que reduzam ou neutralizem emissões de GEE”, conclui Alessandra.
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