Empresas e organizações podem adotar norma internacional de implantação de Sistema de Gestão de Energia para se adequar ao movimento global por energia limpa.
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP 27) acontecerá no Egito entre os dias 6 a 18 de novembro, e o Brasil pretende firmar o compromisso de ser um país fonte de energia renovável para o mundo, além de solicitar preferência para investimentos externos devido às condições favoráveis que possui para produção de energia limpa.
Aliada a este movimento global de busca pelo consumo responsável, a norma internacional ISO 50001 - Sistema de Gestão de Energia - que pode ser adotada por empresas e órgãos públicos, prevê em seus requisitos o incentivo a fontes de energia alternativas e renováveis, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa (GEE), principal motivo das mudanças climáticas.
Além dos benefícios ambientais, ao implementar a norma, a organização estabelece processos necessários para melhorar o seu desempenho energético, utilizando a metodologia Plan, Do, Check, Act (PDCA) – planejar, fazer, checar e agir – que instaura um processo de melhoria contínua, corrigindo erros e melhorando sua eficiência, mesmo que os resultados já sejam positivos.
“O Brasil já é um grande exemplo de energia renovável para o mundo, e tem uma grande autonomia para apresentar-se na COP 27 como precursor nesse assunto”, explica Alessandra Gaspar Costa, diretora-executiva da APCER Brasil, certificadora de origem portuguesa presente e com atuação em mais de 10 países. “A implementação da norma ISO 50001 permite ir além, pois traz eficiência energética, reduzindo o consumo e custos para a organização, incentivando a utilização de fontes alternativas de energia, importantes em casos de crise hídrica como aconteceu em 2021”, completa.
Crise hídrica
Em 2021, houve uma considerável baixa nos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras – que corresponde a cerca de 70% da matriz energética do país, segundo dados do Balanço Energético Nacional – o que demonstrou que o Brasil possui uma dependência dessa fonte energética.
A crise fez com que o Governo recorresse a usinas termoelétricas, mais caras e poluentes, o que provocou um aumento de cerca de 25% na conta de energia, causando prejuízos para organizações e diversos setores da sociedade. “Em um país tropical como o nosso, com temperaturas elevadas e bastante vento, não faz sentido que fiquemos reféns da chuva que pode ou não cair do céu”, conclui Alessandra Costa.